Lessico
Tomé Pires
Botanico portoghese (Leira o Lisbona 1460 - ? ca. 1524 o ca. 1543). Si imbarcò nel 1511 alla volta dell'India con l'incarico di compiervi studi sulle piante medicinali locali che avrebbero potuto incentivare i traffici di spezie e di sostanze medicamentose tra Portogallo e Oriente. Dall'India inviò due relazioni accurate delle ricerche e delle osservazioni da lui condotte, note, rispettivamente, come la Carta de Pires Tomé a don Manuel e la Suma Oriental. Si recò, successivamente al 1516, a Giava e in Cina con credenziali di ambasciatore. Sospettato di attività anticinese fu imprigionato (ca. 1520) e morì in carcere o forse in esilio.
La Malesia in senso geografico è la penisola posta all'estremità sud-orientale dell'Asia detta anche penisola di Malacca dal nome della città un tempo prevalente. Si prolunga per circa 1000 km in direzione NW-SE dall'istmo di Kra fino al capo Tanjung Piai, affacciandosi al golfo del Siam e al Mar Cinese Meridionale a E, al Mar delle Andamane e allo stretto di Malacca a W. All'inizio del sec. XVI l'importanza di Malacca era ormai così radicata che i Portoghesi, nella loro corsa al controllo delle vie commerciali delle Indie, la scelsero come loro base. Conquistata nel 1511 da Afonso de Albuquerque (Alhandra, Lisbona, 1453 - Goa 1515), divenne una pedina essenziale nello scacchiere commerciale portoghese.
Tomé Pires (1465? – 1524 or 1540) was an apothecary from Lisbon who spent 1512 to 1515 in Malacca immediately after the Portuguese conquest, at a time when Europeans were only first arriving in South East Asia. After his arduous experiences in India and the East Indies, he headed the first official embassy from a European nation in China (Portugal to the Emperor of China, Zhengde, during the Ming Dynasty), where he died.
Pires was apothecary to the ill-fated Afonso, Prince of Portugal, son of King John II. He went to India in 1511 in the capacity of "factor of drugs", an Eastern commodity that was an important element of what is generally called "the spice trade". In Malacca and Cochin he avidly collected and documented information from the Malay-Indonesia area, and personally visited Java, Sumatra (the two dominant islands of modern-day Indonesia) and Maluku.
From his Malay-Indonesia travels, he wrote a landmark book on Asian trade, Suma Oriental (a Summa of the East). Completed before the death of Afonso de Albuquerque (December 1515), it shows him to be a discriminating observer, in spite of his tangled prose, and superior to other Portuguese writers of the time. The book, couched as a report to Manuel of Portugal, and perhaps in fulfilment of a commission undertaken before he left Lisbon, is regarded as one of the most conscientious first-hand resources for the study of the geography and trade of the Indies at this time, including one of the most important resources for the study of contemporaneous Islam in Indonesia.
Although it cannot be regarded as completely free of inaccuracies in its detail, it is remarkably consistent with evidence of the time and makes no fundamentally erroneous statements about the area. Its contemporary rival as a source is only the better-known book of Duarte Barbosa.
The Suma Oriental, unpublished and presumed lost in an archive until 1944, also includes the first written account of the 'Spice Islands' of Banda in Maluku, the islands that first drew Europeans to Indonesia. In its detail "it was not surpassed, in many respects, for more than a century or two," its modern editor, Armando Cortesão, has asserted. Suma Oriental is represented by a long-lost manuscript in Paris. Four letters written by Pires survive, and there are a scattering of references to him by contemporaries, including a letter of Albuquerque to the King, 30 November 1513.
Tomé Pires (1465? – 1540?). Destacado boticário português que viveu no Oriente no Século XVI. Primeiro embaixador português enviado à China e autor da Suma Oriental, a primeira descrição europeia da Malásia e a mais antiga e extensa descrição portuguesa do Oriente.
Tomé Pires, boticário do príncipe, partiu para a Índia em 1511, quando já era homem de meia idade. No Oriente, esteve durante pouco tempo em Cananor como feitor das drogarias, encarregado da aquisição de drogas destinadas às naus da carreira da Índia, mas foi logo em 1512 enviado por Afonso de Albuquerque a Malaca. Aí esteve como escrivão da feitoria e como contador e vedor das drogarias até 1515.
Em 1513 deslocou-se a Java, como feitor de uma frota de 5 navios que foram buscar especiarias. Foi durante ou logo a seguir à sua estadia em Malaca que escreveu a Suma Oriental que trata do Mar Roxo até aos Chins. Em 1515 regressou à Índia, aparentemente com o intuito de regressar a Portugal, mas o novo governador-geral da Índia, Lopo Soares de Albergaria escolheu-o para dirigir uma embaixada que o rei decidira enviar à China.
As razões para a escolha de Tomé Pires são apontadas pelos cronistas. Castanheda diz que "o governador não quis senão mandar este Tomé Pires, que mandou com conselho dos fidalgos e capitães da Índia, e porque este Tomé Pires fora boticário do Príncipe Dom Afonso, e por que conheceria melhor que outro as drogas que havia na China". Segundo João de Barros, "o embaixador ... havia nome Tomé Pires, que Lopo Soares, na Índia, escolheu para isso. E posto que não era homem de tanta qualidade, por ser boticário e servir na Índia de escolher as drogas de botica que haviam de vir para este reino, para aquele negócio era o mais hábil e auto que podia ser; porque, além de ter pessoa e natural descrição com Letras, segundo sua faculdade, e largo de condição e aprazível em negociar, era mui curioso de inquirir e saber as coisas, e tinha um espírito vivo para tudo".
Em 27 de Janeiro de 1516, Pires escreveu em Cochim uma importante carta a D. Manuel I onde descreveu de forma pioneira a origem geográfica e algumas características de grande número de drogas asiáticas.
Partiu em 1516 para Cantão onde chegou, depois de vários contratempos, dezanove meses depois. Em Cantão, Pires ainda esperou mais quinze meses, antes de partir em 1520 para Beijing, onde a embaixada nunca chegou a ser recebida pelo imperador, regressando a Cantão em Setembro de 1521. Resultado da conjunção de vários factores, desde a natural desconfiança dos chineses, à falta de tacto de alguns portugueses e à intriga movida pelo deposto rei de Malaca, a embaixada caiu em desgraça, os seus membros foram presos e mortos e os portugueses perseguidos na China durante três décadas.
Os testemunhos destes acontecimentos não coincidem no que respeita à sorte de Tomé Pires. Segundo uns terá falecido de doença em 1524, mas segundo outros terá vivido mais tempo, embora sem ter autorização para sair da China.
Tomé Pires (1465-1540) est un apothicaire portugais qui a vécu en Asie au XVIe siècle. Premier ambassadeur portugais envoyé en Chine (1520-1522), et auteur de la Suma Oriental, la première description européenne de l'Asie du Sud-Est insulaire, et la plus ancienne et vaste description portugaise de l'Asie. A son arrivée à Pékin, il n'obtient pas l'audience de l'empereur Ming Zhengde et est renvoyé à Canton et emprisonné en septembre 1521. Selon certain, il meurt deux ans plus tard. Pour d'autres, il aurait vécu jusque vers 1540.
Tomé Pires est notamment une source extraordinaire sur l'Asie du Sud-Est insulaire et la présence de l'islam dans cette région au début du XVe siècle. Vivant à Malacca de 1512 à 1515, soit juste après la conquête de cette cité portuaire par les Portugais en 1511, il visite Sumatra et Java, et recueille toutes les informations possibles sur l'archipel. On sait ainsi qu'à son époque, la plupart des principautés de la côte orientale de Sumatra ont un prince musulman, d'Aceh dans le nord de l'île à Palembang dans le sud, ainsi que le souverain du royaume Minangkabau dans l'ouest. La côte occidentale, le sud et l'intérieur de Sumatra ne sont pas encore islamisés.
Pires décrit la principauté musulmane de Pasai (située dans l'actuelle province d'Aceh) comme un port actif, où réside une importante population cosmopolite. Pires écrit que la partie occidentale de Java est encore hindouiste. Il nomme cette région "çumda", c'est-à-dire "Sunda", attestant de l'usage de ce nom, bien que le royaume soundanais s'appelle Pajajaran. La côte nord de Java, le Pasisir, est musulmane jusqu'à Surabaya. L'intérieur est lui aussi encore hindou-bouddhique.
Les souverains des principautés de la côte nord sont Javanais, mais aussi Malais ou d'origine chinoise, indienne ou arabe. Pires décrit un processus de javanisation parmi ces non-Javanais, admiratifs de la culture des royaumes hindou-bouddhiques de l'est de Java.
Le témoignage de Pires montre que la diffusion de l'islam en Indonésie est un processus complexe et long, puisque en 1292 déjà, Marco Polo, de passage à Perlak, une cité portuaire dans l'actuelle Aceh, observait que le prince en était musulman.